Assim como o glúten, podemos dizer que a intolerância a lactose está muito “na moda”, nos dias de hoje, principalmente entre alguns “especialistas da internet”. Vamos aqui tecer algumas considerações e comentários baseados em evidências científicas.
A intolerância a lactose é uma síndrome clínica em que a ingestão da lactose ou de alimentos que a contenham causa alguns sintomas, tais como: dor abdominal, flatulência, náuseas, vômitos e meteorismo. Pode ocorrer com ou sem má absorção da lactose no intestino delgado e é bastante diferente da alergia à lactose, esta bastante rara.
A lactase é a enzima que participa diretamente na digestão da lactose, transformando-a em glicose e galactose. A redução da atividade da enzima, que se localiza no intestino delgado, permite que a lactose não digerida passe ao intestino grosso e seja fermentada pelas bactérias aí residentes, podendo gerar os sintomas associados à intolerância.
A intolerância a lactose se desenvolve se lactose suficiente não é absorvida e se algumas condições que aumentam a sensibilidade intestinal, como a síndrome do intestino irritável, estão presentes.
Habitualmente um teste respiratório é bastante útil para se confirmar a suspeita diagnóstica e, via de regra, a eliminação completa da ingestão de alimentos que contenham lactose não é necessária e sim a redução da ingestão.
Cabe ressaltar que, em algumas situações, é necessário o diagnóstico diferencial com outras alterações digestivas, como a dispepsia. Outros exames complementares com esse objetivo podem ser solicitados, como a Endoscopia Digestiva Alta, após a devida avaliação clínica.
Não deixe de procurar o seu médico e, quando necessário, oriente-se com um nutricionista.
Até breve!