Em tempos em que a palavra pandemia está ocupando os pensamentos da maioria das pessoas, em virtude da Covid-19, não podemos deixar de mencionar uma outra doença contemporânea, de proporções pandêmicas: a obesidade.
Trata-se de uma afecção crônica e progressiva que, com o passar do tempo, aumenta significativamente o risco de doenças graves e potencialmente fatais, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e até mesmo alguns tipos de tumores malignos.
Importante ressaltar que, a despeito de a abordagem inicial da doença estar fundamentada em alterações comportamentais (atividade física) e dieta, boa parte dos pacientes não responde a esse tratamento, principalmente considerando-se o longo prazo.
A cirurgia bariátrica, via de regra, é destinada principalmente ao tratamento dos quadros mais graves, com índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 35 kg/m2, apresentando bons resultados quando feito de maneira criteriosa, com avaliação pré-operatória minuciosa e o devido acompanhamento no período pós-operatório.
A Endoscopia Digestiva exerce funções fundamentais nas várias etapas do tratamento cirúrgico da obesidade, dentre elas:
- Avaliação e diagnóstico de alterações que contraindiquem a cirurgia ou que demandem tratamento específico antes do procedimento.
- Abordagem terapêutica de lesões encontradas em esôfago, estômago e duodeno (como pólipos e até tumores iniciais).
- Acompanhamento pós-operatório periódico
- Diagnóstico e tratamento de eventuais intercorrências e complicações pós-operatórias como sangramentos, estreitamentos (estenoses) e fístulas.
Estes são apenas alguns exemplos de como o endoscopista encontra-se envolvido nesse grupo crescente e especial de pacientes.
Até breve!