Por razões óbvias, a pandemia por COVID-19 ocupa praticamente todo o noticiário, conversas e redes sociais. É claro que não podemos negligenciar as recomendações médicas e das autoridades sanitárias, mas uma pergunta insiste em obter resposta: desapareceram as outras doenças?
A despeito da epidemia, todos os dias atendo e faço procedimentos endoscópicos em pacientes com úlceras gastroduodenais, sangramentos digestivos, dificuldade para engolir e, infelizmente, tumores de estômago e intestino, dentre outras enfermidades.
Boa parte desses pacientes não pode simplesmente ter seus problemas “adiados” para o fim da pandemia ou tratados quando for decretado o encerramento do isolamento social. Sinais e sintomas de problemas graves, que necessitam de tratamento célere, são por vezes inespecíficos e pouco característicos.
Obviamente, que a maioria de nós não deve procurar, na maioria dos casos, os serviços hospitalares imediatamente após o surgimento de sintomas leves.
Todavia a mensagem que pode eventualmente permanecer na cabeça de alguns é somente: “não vá ao hospital”, “não vá ao hospital”…
Não nos esqueçamos que pessoas continuam diariamente tendo infartos agudos do miocárdico, apendicites agudas, acidentes vasculares cerebrais, dentre outras doenças que também demandam tratamento especializado hospitalar em caráter de urgência ou emergência.
O isolamento ou distanciamento social é importante não somente na redução da progressão da pandemia. Diminuir a velocidade de contágio permite que o sistema de saúde possa também atender de maneira adequada aos pacientes com doenças “não Covid-19”.
Se puder fique em casa, mas se precisar, entre em contato com seu médico ou procure o serviço de saúde.
Seguimos lutando. Até breve!