Doutor, estou com cálculos na vesícula!!!

Os cálculos biliares (colelitíase), mais comumente formados na vesícula biliar (colecistolitíase), são bastante comuns em nossa população.

Habitualmente podemos dividir os pacientes em três grandes grupos: aqueles que não apresentam quaisquer sintomas, os portadores de colecistolitíase que se apresentam com a chamada cólica biliar e aqueles que cursam com as complicações decorrentes da presença dos cálculos.

Muitos pacientes portadores de cálculos biliares são assintomáticos e, via de regra, têm esse diagnóstico feito através de exames de imagem (principalmente a ultrassonografia), feitos por outros motivos.

Aqueles que apresentam sintomas, normalmente cursam com dor na parte superior e central do abdômen (epigástrio) e sob a região das costelas à direita (hipocôndrio direito), não raro caminhando para as costas. A despeito da denominação “cólica biliar”, habitualmente é uma dor constante e não tipo “cólica”. Ingestão de refeição rica em gorduras pode ser um fator desencadeador do quadro.

Cabe ressaltar que alguns sintomas ditos atípicos podem ocorrer, tais como: eructação (arrotos) frequentes, saciedade precoce, regurgitação, distensão abdominal, azia, náuseas, vômitos e dor torácica.

As principais complicações, em linhas gerais, são a colecistite aguda (inflamação aguda da vesícula biliar), coledocolitíase (cálculo que migra da vesícula para o colédoco – canal que liga o fígado ao intestino), colangite (infecção das vias biliares) e pancreatite biliar (inflamação do pâncreas ocasionada por cálculos migrados da vesícula ao colédoco).

A endoscopia digestiva alta exerce um papel fundamental no diagnóstico diferencial de enfermidades que podem se confundir com a presença de cálculos na vesícula biliar, como por exemplo as úlceras pépticas gastroduodenais.

Gostaria, entretanto, de ressaltar o papel de outro procedimento endoscópico que, apesar de menos conhecido e de nome pouco amistoso (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica – CPRE), é fundamental no tratamento de complicações dos cálculos biliares, tais como a coledocolitíase e a colangite aguda.

É possível afirmar que, através desse procedimento, somos capazes de realizar verdadeiras cirurgias endoscópicas para tratamento das complicações citadas acima, com maiores taxas de sucesso, menos complicações, menor tempo de internação hospitalar e mais conforto para os pacientes, quando em comparação às abordagens cirúrgicas anteriormente chamadas de “convencionais”.

Não deixe de procurar o seu médico sempre que necessário.

Até breve!

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